O trance é o som que nos faz “transcender” do lugar em que vivemos, à um outro ...
Seja pelo ritmo da batida ou pela diversidade de sons, todos transcendemos à um mundo utópico onde há liberdade, contato com a natureza e com todos os seres que habitam esse mesmo lugar, de maneira pacífica, unida, afetuosa e respeitosa.
Infelizmente, por conta de atitudes de pessoas que desconhecem a verdadeira filosofia, a batida que nos faz transcender foi estereotipada pela sociedade, e até mesmo por alguns que “se dizem” trancer’s, ocasionando o desvio da finalidade existencial.
Desta forma, em busca do Equilíbrio para o corpo e para a mente, e inspirados na dança de Shiva Nataraja, surge este núcleo que visa difundir o movimento e a verdadeira cultura trance.
Porque a dança de Shiva ? –Shiva é o rei (raja) dos dançarinos quando se manifesta no aspecto Nataraja, que é o momento
Imponente em sua roda de fogo, novamente o símbolo da renovação, Shiva representa o eterno movimento do universo, impulsionado pelo tambor e pela dança.
Nas raves, temos o psytrance com sua batida repetitiva e marcante como a de um tambor, assim como o tambor da dança de Shiva e como os usados por xamãs para atingir o estado de transe, êxtase da alma.
E temos, é claro, em sintonia com o ritmo da musica, a dança , dança de cada um, rito de libertação que experimentamos individualmente. E a dança conjunta, o espetáculo visto holisticamente, a soma da dança de cada um, resultando num espetáculo de celebração e magia que tem o poder de destruir; destruir a tristeza e a amargura da vida, assim como a dança de shiva destrói a ignorância, com o poder de renovar; renovar nossas esperanças, recarregar nossas energias, dando-nos cada vez mais força para continuar, e claro, com o poder de criar; pois a partir dessa comunhão entre o raver e a energia invocada que ali foi estabelecida, cria-se a possibilidade de imaginarmos qualquer coisa, tendo-a como algo real, tocável, uma porta aberta para nosso mundo interior.
E é esse o papel de cada raver, uma missão espiritual, a necessidade de se trilhar essa jornada, que carregamos subjetivamente em nossa alma... Na pista, na dança, na harmonia com o som, o raver, mesmo às vezes sem saber, invoca o espírito de Shiva Nataraja, e ali, tomado pela divindade, ele abre as portas de sua percepção, entregando-se de corpo e alma para o grande objetivo da festa, ao qual chegamos pelo meio da dança, da música e de todos os estímulos audiovisuais da rave: a transcendência !